terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sombras


A luz do poste entra pela janela
Desenha sombras na parede do cômodo
Nesta noite suburbana
De nuvens alaranjadas

Vidas começam lá fora, aproveitam
Acabam, seguem, perdem o sentido
Levadas pelas luzes velozes cortantes
Cortam o asfalto, cortam o céu, relações

Sirenes anulam o silêncio, despertam cães
Zunidos e estampidos das luzes
Motores, cápsulas caindo no chão
Mantêm os apartamentos acesos

E eu, no cárcere do meu quarto
Na corpórea segurança do meu quarto
Com a mente vulnerável, fragilizada

A luz dos teus olhos entra
E desenha sombras na memória
Nossa vida continua, fantasia
A realidade, cortante, passa
Despertada pelo som da tua voz
E mostra que a relação jaz no passado

Você não está aqui
Meus olhos, bem abertos, asseguram
E a insônia me impede de sonhar.


Gabriel Queiroz

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