A luz do poste entra pela janela
Desenha sombras na parede do cômodo
Nesta noite suburbana
De nuvens alaranjadas
Vidas começam lá fora, aproveitam
Acabam, seguem, perdem o sentido
Levadas pelas luzes velozes cortantes
Cortam o asfalto, cortam o céu, relações
Sirenes anulam o silêncio, despertam
cães
Zunidos e estampidos das luzes
Motores, cápsulas caindo no chão
Mantêm os apartamentos acesos
E eu, no cárcere do meu quarto
Na corpórea segurança do meu quarto
Com a mente vulnerável, fragilizada
A luz dos teus olhos entra
E desenha sombras na memória
Nossa vida continua, fantasia
A realidade, cortante, passa
Despertada pelo som da tua voz
E mostra que a relação jaz no passado
Você não está aqui
Meus olhos, bem abertos, asseguram
E a insônia me impede de sonhar.
Gabriel Queiroz
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