quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cachoeira


Não, nunca há transição
A tristeza se sobrepõe à alegria
Numa explosão de sombras e espumas
E vice-versa
Como se me visse nessa
Corredeira

A água entra-me pelas narinas
Não há como nadar contra
O ar, como a fala, me escapa
As palavras, como a fala, como o ar
Como a água, me afogam

Tão súbita, mas tão fácil de ver
Equilibrar-se entre as águas
E olhar reto, para frente
E perceber que não há continuidade
Cachoeira
Não há nada
Só a queda.


Gabriel Queiroz

Nenhum comentário:

Postar um comentário