domingo, 22 de dezembro de 2013

Qualquer Coisa

Eu não sei explicar tua boca.
Ela tem a tal qualquer coisa de dança
De que Vinícius falava.
E qualquer coisa de riso,
Qualquer coisa de poesia declamada.

É engraçado...
Sempre que você canta,
Me vem uma vontade enorme de te beijar.
O problema é que é quase impossível escolher
Entre o teu beijo e o teu canto.
Há aí qualquer coisa de dúvida.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Vinho Tinto


A poesia passeia pela tua boca
E vem descansar nesse papel avulso.
Traz aquele pedaço de Lua nova
E o gosto dos teus lábios de despedida.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Desejos em branco


Os sonhos já não são suficientes.
A minha pele, inquieta, pede o sal e o Sol.
Pede o teu toque e o teu tique.

O sono, ainda não dormido,
Pede para o tempo passar, urgentemente.
Pede para você passar pela minha frente.

Já eu, junto-me ao papel.
Em branco, peço apenas tua poesia.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Pressão Imaginária


Teus dentes mordem meu juízo
E tuas mãos me estrangulam de ansiedade.

Como é que você espera uma reação sensata
Sob o choque dos teus olhos elétricos?

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Desilusão


Até hoje tento entender
Esse riso besta que solto por você.

Já faz tempo, já jaz tanto tempo,
E eu ainda fico indignado.
Por que? Não sei.
Nem devia me surpreender, mais.

O amor é maior que essa desilusão, realmente,
E curte ouvir aquele samba, sabe?
Curte por curtir, mesmo. Nem presta atenção.

Ele é desatento...
Eu canto até cansar e canso até cantar,
Mas o samba entra por um ouvido
E sai pelo teu olhar.

domingo, 10 de novembro de 2013

Preferência


Te vejo por aí,
Procurando raios, dirigindo fuscas,
Nas calçadas, corredores e cicatrizes;
Na guitarra do ferrão e da polícia, te ouço
Em todos os lugares.
Te sinto no pepperoni, na capoeira,
Nos Romeus e Julietas terrivelmente estreitos.

Nos sinais, te ouço, te vejo, te sinto
E paro pra você passar pela minha frente,
Enquanto acho que você só quer chegar ao outro lado.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Álbum


Ele olhava aquelas fotos.
Não importava se ela estivesse com outro nas imagens.
Estava mais linda do que nunca.

Parecia feliz,
Parecia distante,
Parecia sorrir.

Mas não se desfizera daquela única
Foto deles juntos.
E aqueles versos?

Parecia uma esperança...

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Reflexão


Que rosto é meu?
Qual dos meus rostos é visto?

Você me mostra o que eu vejo,
Mas não o que os outros veem
E que eu não vejo.

A verdade é que você é interesseiro,
Manipulador e narcisista.
Quem é você pra me dizer como eu sou?

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Convite

Se formos nos encontrar,
Que nos encontremos direito.

Vamos tomar umas cervejas,
Trocar umas ideias,
Trocar umas cervejas,
Tomar umas ideias.

Quem sabe pra nós, quem sabe pros outros...
Quem sabe?
Alguém sabe de alguma coisa a essa hora?

Já estamos trocando tomadas,
Idealizando cervejas.
Eu aqui, sentado à sua frente,
Idealizando algumas trocas de beijos
Com o gosto das suas ideias.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Apartados

Eu olho para os lados e vejo paredes,
Olho pelas janelas e vejo muros.
Ouço pelos cômodos,
Meus vizinhos parecem fazer um sarau.

Não conheço nenhum deles,
Nem eles conhecem nenhum de mim.

Tentamos nos juntar, sem querer, pela música.
Mas os apartamentos nos apartam,
Com suas fechaduras fechadas a duas voltas.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Entre um Cochilo e Outro

Imagine se aqui, agora, eu tocasse uma música pra você e, ao final da música, você se fosse, deixando apenas um elogio sincero à minha voz desafinada.

Todo mundo deveria ter fichas para momentos de devaneios virarem realidade. Em que, num bater de cílios, o toque dos nossos lábios e o gosto das nossas mãos deixariam de ser apenas impulsos nervosos no meu cérebro e passariam a ser impulsos nervosos no seu cérebro também.


Seriam como cápsulas de felicidade de rápida absorção e que não irritam o estômago.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Passos

Penso que meus passos só se desalinham
Quando ando na tua frente.
Ficam encabulados,
Se desencontram, não se entendem.
Querem seguir rumos diferentes,
Um pra cada lado.
Onde já se viu?

Atordoam-se com seus olhares trôpegos
E se esquecem dos meus planos!
Concordam, porém, em uma coisa e me ignoram
Completamente...

Os passos, teimosos como eu,
Caminham em direção a ti.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Domingo


E numa manhã de domingo
Tua alma dança, colorida,
Que nem as fachadas daquelas casas
Na rua perto de onde você morava.

Numa alegre tarde de domingo,
Teu sorriso se abre, múltiplo,
Que nem as portas daquelas casas coloridas
Na ladeira onde a gente corria.

Num terno anoitecer de domingo
Teu abraço me conforta, tranquilo,
Que nem as luzes daquelas casas com várias portas
Na calçada onde a gente se amava.


domingo, 22 de setembro de 2013

Caneta-tinteiro


Vontade de pôr tudo pra fora.
De fazer, da tinta da caneta,
Minhas lágrimas e meu riso.

Mas não há lágrimas nem riso aqui dentro.
Tenho que recarregar a caneta primeiro.
Pode me emprestar sua tinta?


Menina-moça


Deixa desse lero-lero,
Eu moro aqui há três quadras de você.
Para com isso e vem me dar um oi,
Me chamar pra dançar sem música,
Jogar uma pedra na minha janela, que seja.

Fala que gostou da minha blusa, da minha saia,
Do meu cabelo cor de chocolate.
Ri do meu sotaque, das minhas loucuras
E diz que quer sair comigo!

Vem, que eu tou louca pra me fazer de difícil pra você.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Sanfona Saudosa

Ah, se o tempo passasse...
Se aqui eu dormisse e no Cariri acordasse.
Se a chuva caísse quando março chegasse,
Se o santo me ouvisse quando daqui eu rezasse,
Se a menina me visse quando eu acenasse.

Ah, se o tempo passasse...
Se aqui eu dormisse e no Cariri acordasse.
Se daqui eu partisse quando a Lua minguasse,
Se a fulô me sorrisse quando na rede eu deitasse,
Se o riso saísse quando de lá eu lembrasse.

Ah, se aqui eu dormisse e no Cariri acordasse!



Gabriel Queiroz

domingo, 8 de setembro de 2013

Olha pro Céu

Uma cachoeira, um chiado,
Barulho de rio, sussurro da sua voz.
Cheiro de planta, cheiro de paz,
Cheiro do seu cabelo.
Seu sorriso, seus olhos brilhando,
Uma estrela caindo do céu
E eu caindo de amores por você.

A Lua sorrindo com um sinal na bochecha.
A melhor vista, o melhor beijo,
Os olhos mais brilhantes,
O céu mais estrelado que eu já vi.



Gabriel Queiroz

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Blues

Se nessa cidade tivesse a tua voz,
Tudo não seria assim tão cinza.
Se esse cinza tivesse o teu tom,
Eu tocaria aquele blues a noite inteira.
Se a noite tivesse a tua luz,
Eu dormiria de dia, meu bem.

Eu dormiria de dia e viveria na tua noite,
No teu cinza, no teu tom,
No teu blues.


Gabriel Queiroz

Mas Onde?

Nessa noite e nesse frio,
A falta do teu sorriso
É maior que a das estrelas
E que a da minha concentração:
Ando meio distraído.

Pensando assim, deveria sair daqui agora
E te mostrar a música que fiz.
Mas onde deixei minhas chaves?



Gabriel Queiroz

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Ego

Perdemos o senso.
A verdade não passa de vaidade.
Perdemos o nexo.
Enquanto se estufa o peito
E se bate no peito
E se pede respeito,
Sufocam-se os que alegamos amar.
Que loucura.

O egoísmo é uma televisão em cores
Que ninguém quer assistir.
À noite, tudo é estática e os autofalantes repetem:

“Que se encham de orgulho e de ar,
Os nossos pulmões.
Que se calem de vexame e pesar,
Os vossos caixões.


Gabriel Queiroz

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Receita de Matar Saudade

Quando o castanho escuro dos teus olhos
Visitar o verde mar de Iracema
E o salgado do teu choro for embora,
Lembra da ponte que ainda se sustenta
E deixa a maresia lavar a saudade.

Se, a esta altura, teu peito ainda apertar,
Canta aquele nosso maracatu arrastado,
Fecha os olhos e sente a luz desta terra.
Deixa a praia falar amor e sente o pavão
Voar, mysteriozo, sobre as nossas cabeças.



Gabriel Queiroz

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Terno

Entre uma linha e outra do relatório,
Seu sorriso me sorri.
Entre um parágrafo e outro,
Seu olhar me olha quebrando esse gelo.

O gelo do escritório,
O gelo lá de fora,
O gelo aqui de dentro.


Gabriel Queiroz

domingo, 25 de agosto de 2013

De Mãos Dadas

Vou passando de novo pelas mesmas ruas.
Vou vivendo de novo aquelas horas cruas.
Vão caindo de novo as flores amarelas nas ruas.
As minhas mãos se juntam novamente às tuas.

A rotina me conforta: a tua, a minha, as duas.


Gabriel Queiroz


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Eu tento, tempo

Anda!
Anda, que o tempo tem pressa.
O futuro é daqui a pouco.
Anda, que o tempo corre.
Corre sem olhar pra trás.

Corre!
Corre, que o tempo anda
Depressa.
O futuro é agora, se apressa!

E o futuro cada vez anda mais rápido,
Com menos tempo pra pensar,
Menos tempo pra ser futuro.

Quando dei fé,
Tudo era passado.


Gabriel Queiroz

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Prisioneiro

Cara, ela não deixava eu olhar pra ninguém!
Pra nenhuma outra garota, nem pro lado.
Eu não podia conversar com meus amigos,
Eu não podia ir pegar carne nem bebida.
Nem olhar pro céu eu podia!

É sério, cara.
A beleza dela é opressora.
Acorrenta, aprisiona, paralisa!
Eu só podia olhar pra ela.
Aliás, eu só conseguia olhar pra ela.



Gabriel Queiroz

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Primeira

Você pode ter outros cachorros de pelúcia.
Outros filmes preferidos
E ler outras cartas de amor.

Você pode ter outros livros almejados,
Pode gostar de outros perfumes
E nem lembrar da caneta que você me deu.

Você pode até arranjar novos hobbies,
Escrever novos versos
E descobrir uma nova banda preferida -
Embora eu ache improvável.

Podem haver outras corridas risonhas,
Outras quedas marcantes
E outros primeiros beijos,
Por que não?

Mas você não vai esquecer.
Vai olhar uma estrela sozinha no lá céu,
Naquela hora logo depois que o Sol se põe.
Ela vai estar brilhando isolada e imensa.
E você vai se lembrar.
Por ter sido a primeira.
Por ter sido, talvez, a única.
Pelo menos até esse momento.



Gabriel Queiroz

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Óculos-de-sol

Os tinha quase como uma máscara.
Para olhar os outros despercebidamente,
Sem o cruzar dos olhos.
Sem o fitar das almas.
Os tinha também para admirar as mulheres,
Zombar dos velhos e dos feios e dos outros.
Para julgar e não ser julgado.

E tinha o orgulho
Como os óculos-de-sol do seu íntimo.

Gabriel Queiroz

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Os versos que roubou de mim

Você se mudou, rasgou nossas fotos,
Levou a pintura pra casa do chato,
Ficou com o sofá, quebrou os meus copos,
E ainda por cima, levou nosso gato.

Jurou e cumpriu o que prometeu,
Até nas memórias você deu um fim.
Levou dessa casa tudo que é seu,
Mas devolva os versos que roubou de mim.
Sua desgraçada (:


Gabriel Queiroz

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Lua Cheia

Ei, menina, olha esse mar.
Esse mar se retirando daqui pra Lua subir.
E a Lua desenhando sua sombra na areia
Como se quisesse mais uma de você.
Ei, menina.
Quando a Lua sorrir pra você,
Sorria de volta.


Gabriel Queiroz

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sereia

É tudo culpa da poesia, essa sereia
Que me puxa pra dentro do lago
Com seu cantado macio,
Suas palavras soltas
E versos intermináveis.


Gabriel Queiroz

sábado, 13 de julho de 2013

Metrô

Ela apenas está descendo a escada rolante do metrô.
E eu imaginando quantas palavras há
Cobertas por aquele batom;
Quantos encantos há
Vestidos por aquela blusa xadrez;
Quantos olhares, quantos interesses,
Quantos amores há por trás daquelas lentes.


Gabriel Queiroz

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Travesseiro

Meu amor, não se apresse em nos tirar daqui,
Não se apresse em me privar de ti.
Vem pensar se, sem essas palavras,
Esse amor não vai sumir.

Meu bem, vem me fazer sorrir.
Vem me fazer dormir no teu colo imaginário
Que no meu travesseiro tá faltando você.
Que no meu travesseiro tá faltando teu cheiro.

Vou pensar em ti, vou pensar no nosso caso.
Vou pensar no nosso caso,
Vou pensar no seu (des)caso.



Gabriel Queiroz

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Atemporal

Nesse tempo doido ou em qualquer outro,
Você não sai da minha cabeça.
Nem com todo o tempo do mundo.
É, você não passa.
Dizem pra eu dar tempo ao tempo.
Mas, se o tempo um dia existiu,
Você o destruiu completamente.



Gabriel Queiroz

Temporal

Tá muito frio lá fora,
Você ficaria com inveja.
E, aqui dentro, chovem palavras
E pensamentos sobre você.
Neblinam versos no caderno
E trovejam algumas lembranças.



Gabriel Queiroz

domingo, 7 de julho de 2013

Devolva-me

Em meio a novos livros,
Me pego relendo aquelas suas páginas,
Ouvindo a boa e velha MPB.

Identifico-me com algumas letras,
Quero que sejas bem feliz com o seu novo rapaz.
Mas não rasgue as minhas cartas
E me procure, se te der vontade.


                   Gabriel Queiroz

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Memórias 11

Hoje não uso lápis ou caneta preta.
Hoje uso aquela caneta azul,
Que recarrego há tempos
Pra escrever pra ti.

Hoje, meu bem, ouço aquela música
Suave e alegre em vez da melancolia
Que gostávamos tanto de ouvir.

Hoje, amor, meu peito está aberto
A novas batidas.
E o céu está aberto, com algumas estrelas,
Pra lembrar de ti.


                        Gabriel Queiroz

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Festa Junina

Naquele atípico dia de Santo Antônio,
O frio se fazia visível até em seu rosto.
Mas ela esquentava-se em sua fogueira
Imaginária. Em suas mãos imaginárias.

Dançava uma dança irreal, imaginando-a.
Lá fora, algo chamava sua atenção:
Olha pro céu, meu amor!
A Lua está sorrindo...
Acho que ela também andou ouvindo forró.

Gabriel Queiroz

domingo, 9 de junho de 2013

Tela


Sua tinta me parou e me fez sorrir.
Aquela tela me parou e me fez sentir
O mundo de uma forma bela e surreal,
Que na cabeça da menina só a faz sofrer,
Pensando que, na chuva, um choro assim
Não faz tão mal.

A pintura me chamou e me fez pensar
Que a chuva naquela tela não vai me molhar.
Mas, na cabeça da menina feita de papel,
Qualquer chuva que se preze vai a derreter.
Se desespera, pensando por que o amor
Não cai do céu.


Gabriel Queiroz

domingo, 2 de junho de 2013

Noite estrelada sobre a Cantareira

E, se a noite esfriar, nos aqueceremos.
Se olharmos para as estrelas,
Elas olharão para nós.

Nós, pequenos e juntos,
Como as duas estrelas da cauda de Escorpião.
Você vê o Escorpião?
Eu só vejo estrelas refletidas nos seus olhos.

A noite é estrelada,
A noite é terna,
A noite é eterna.

Gabriel Queiroz

sábado, 25 de maio de 2013

Dormente


Na cama desarrumada, dorme opaca.
Dorme serena, descrente, buarquiana.
Não sorri e não sonha.
Dorme e se esquece das desilusões e desnorteios
Que passaram por sua cabeça e seu coração.
Principalmente pelo coração.

Dorme na cama larga, não de casal.
Dorme, quem sabe, nem feliz,
Nem triste, nem saudosa.
Nunca suportara tal coisa como a saudade.
Não suportava mais
Qualquer lembrança de amor.
Nem em sonho!


Gabriel Queiroz


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Impressões

A impressão de que conheço aquela pessoa.
A impressão de que vou ficar doente.
De que algo não vai dar certo,
De que tudo vai melhorar
Um dia.

A impressão de que já ouvi esta música,
Eu sei que sim.
De que já vi este filme.
De que estou aqui, agora.
A impressão de que estou te vendo.

A impressão deste abraço, deste beijo.
Este amor, nossas mãos, estas rugas...
Tudo impressões.
A impressão daquelas fotografias antigas.

A impressão de que nossas vidas
São bem mais que papéis impressos,
Autenticados em cartório.


Gabriel Queiroz

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Estranho Fenômeno das Flores


Aquele nosso jardim – lembra-se dele?
Está todo cinza.
As flores não estão mortas nem doentes,
Estão bem saudáveis, até.
Mas cinzas.

Acho que algo em você dava-lhes cores.
Não sei, talvez só você mesmo.

Eu gostava muito dele antes, sabe?
Talvez eu construa uma piscina no lugar, agora.

Se pelo menos as cores voltassem...

Gabriel Queiroz

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Passageira


Só de me lembrar dos teus olhos azuis,
De como eles pareciam observar
Cada pedaço da minha memória,
As pupilas dos meus se dilatam,
Como se permitissem (quisessem)
Que você visse mais
De mim.

Você foi um calafrio sem explicação
Que eriça os pelos
E vai embora,
Deixando a sensação sumir aos poucos,
E vem sempre que teus olhos enigmáticos
Aparecem nos meus devaneios.
Mas você não.

Embora eu queira lhe ver de novo,
Acho que isso é exatamente o que você quer ser:
Sem sentido nem explicações,
Intensa, misteriosa e passageira,
Um arrepio.


Gabriel Queiroz