quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Óculos-de-sol

Os tinha quase como uma máscara.
Para olhar os outros despercebidamente,
Sem o cruzar dos olhos.
Sem o fitar das almas.
Os tinha também para admirar as mulheres,
Zombar dos velhos e dos feios e dos outros.
Para julgar e não ser julgado.

E tinha o orgulho
Como os óculos-de-sol do seu íntimo.

Gabriel Queiroz

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