Ela
acordou procurando por ele. Sim, tinha sido um sonho, concluiu desanimada.
Lembrava-se perfeitamente de sua voz, de seu sotaque, mas não do rosto ou de
qualquer outra característica física. Talvez se tentasse mais... sem sucesso.
Nem era uma voz bonita, mas a tinha encantado. Quis mergulhar de volta no sono,
mas não o achava mais de jeito nenhum.
No
sonho, estava em um lugar qualquer, distraída. Quando dava por si, ouvia sua
voz cantando a música preferida dela. E pelo jeito que cantava, era a
dele também. Não vira de onde ele vinha ou para onde ia, mas fora completamente
tomada pela música. Acordou não mais que de repente.
Passou
dias com aquilo na cabeça e, a todo o momento, colocava seus fones de ouvido e
ouvia a canção. Cantarolava sozinha, com o volume nas alturas. Talvez, se não a
ouvisse o tempo inteiro, tivesse cantado junto com ele quando passou ao lado
dela. Em vez disso, a música apenas acabou e ela a pôs para repetir.
Gabriel Queiroz
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