a
Gustavo Isaias
Minha
companhia se fazia apenas
Pelo som de
meus sapatos na calçada.
Lentos e
pendulares, meus passos me seguiam.
A rua somente
estava ali,
Com chiados
e ruídos de sempre
Que, de tão
sempre, camuflavam-se
No silêncio,
Como uma
televisão que passa muito tempo
Em
chuva-de-prata.
Lembrei-me
de uma música
Que, pelos
fones de ouvido, veio
E juntou-se
a mim no infinito dali
E levou-me
embora a outras paragens.
A paragens
com mais poesia que ali.
Tão rápido
como veio, foi-se.
Tal qual
chão que se abre,
Fazendo o
estômago subir
E uma quase
angústia aparecer.
Contudo,
nada mudara.
Eu apenas
percebera aquele irritante som
De
chuva-de-prata da rua
Que me
incomodava como torneira
Mal fechada.
De fato,
nada mudara.
Nem o som
dos meus passos.
Nem mesmo o
som da mesmice.
Gabriel Queiroz
Esse sim é, como você diria, brutal, cunhas.
ResponderExcluir