domingo, 5 de maio de 2013

Soneto da Inquietude


Ah, companheiro, que acordado sonha
Na noite escura, de onde a rede range,
Nunca haverá de curar esta insônia
Que a todos os apaixonados tange.

Que o amor, em seu lugar, se ponha,
Tenha fineza e alguma decência.
E que o sono venha sem vergonha
Dar um fim nesta triste clemência.

Calma, pobre rapaz que se inquieta
Na cama, por inteiro se acoberta,
Intrigado com o que os outros pensam.

Esqueça a peleja pra que descubra
Se este amor, que nem a sua boca rubra,
É maravilha ou maldita bênção.

Gabriel Queiroz

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