segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Reincidência


Solitário pela rua
O homem fazia seu caminho
Sozinho, porém, não andava
Acompanhavam por entre
As persianas de madeira envelhecida
De cada refúgio

Dizem que volta de longe
Dizem que volta mais velho
Dizem que volta mais forte
Mais encorpado
E mais sabido

Dizem que volta mais sombrio
Com as costas morenas
Como um mosaico marcado em quadros
Pela liberdade, pelas lembranças
De lá fora

Será que o acolherá a vida?
A sociedade, com manta
E leito aquecidos?

As demais cadeiras vazias
De sua mesa do bar
São um mau presságio

O silêncio o tortura mais que as grades
Os olhares mais secos que a ração
Os cumprimentos gelados
Mais que o cimento liso

Não ponderou mais
Agiu
A família haveria de entender
Seu ente não se fora em vão
E o bar arranjaria outro garçom

Aconchego de pedra
Uma hora diária de dia, apenas
Mas meio metro quadrado na parede
Parecia-lhe o suficiente
Conversas jogadas fora
Antes mal acompanhado do que
Só.


Gabriel Queiroz

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