quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A lâmpada e a luminária


Hoje fez um ano que a lâmpada do meu quarto queimou
Não sei se por preguiça ou desleixo, não a tirei nos primeiros dias
Por poesia, não a tirei nos outros muitos

Acho que me acostumei com a luz tímida da luminária
Tenho uma simpatia por ela, que fica ali, no canto da mesa.
Ah, porque ela é quietinha e não tenta tomar conta de tudo
Que nem a outra.
Meus olhos agradecem.
Minhas ideias preferem a luminária também,
Dizem que se sentem mais confortáveis ou algo assim.

Hoje me deu uma coisa, não sei porque.
Senti meio que uma obrigação de trocar a tal da lâmpada.
Nunca liguei pra isso,
Mas hoje me deu uma coisa.
Até comprei uma lâmpada nova.

Peguei um banco, coloquei no centro do quarto,
Há quanto tempo, lâmpada.
Tirei-a pela primeira vez desde que queimara.
Mas aconteceu alguma coisa
Que parte do bocal veio junta, grudada na rosca.
Complicado.

Meus olhos sorriram.
Minhas ideias dançaram.
A gente gosta bem mais da luminária, mesmo.

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