terça-feira, 29 de outubro de 2013

Reflexão


Que rosto é meu?
Qual dos meus rostos é visto?

Você me mostra o que eu vejo,
Mas não o que os outros veem
E que eu não vejo.

A verdade é que você é interesseiro,
Manipulador e narcisista.
Quem é você pra me dizer como eu sou?

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Convite

Se formos nos encontrar,
Que nos encontremos direito.

Vamos tomar umas cervejas,
Trocar umas ideias,
Trocar umas cervejas,
Tomar umas ideias.

Quem sabe pra nós, quem sabe pros outros...
Quem sabe?
Alguém sabe de alguma coisa a essa hora?

Já estamos trocando tomadas,
Idealizando cervejas.
Eu aqui, sentado à sua frente,
Idealizando algumas trocas de beijos
Com o gosto das suas ideias.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Apartados

Eu olho para os lados e vejo paredes,
Olho pelas janelas e vejo muros.
Ouço pelos cômodos,
Meus vizinhos parecem fazer um sarau.

Não conheço nenhum deles,
Nem eles conhecem nenhum de mim.

Tentamos nos juntar, sem querer, pela música.
Mas os apartamentos nos apartam,
Com suas fechaduras fechadas a duas voltas.


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Entre um Cochilo e Outro

Imagine se aqui, agora, eu tocasse uma música pra você e, ao final da música, você se fosse, deixando apenas um elogio sincero à minha voz desafinada.

Todo mundo deveria ter fichas para momentos de devaneios virarem realidade. Em que, num bater de cílios, o toque dos nossos lábios e o gosto das nossas mãos deixariam de ser apenas impulsos nervosos no meu cérebro e passariam a ser impulsos nervosos no seu cérebro também.


Seriam como cápsulas de felicidade de rápida absorção e que não irritam o estômago.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Passos

Penso que meus passos só se desalinham
Quando ando na tua frente.
Ficam encabulados,
Se desencontram, não se entendem.
Querem seguir rumos diferentes,
Um pra cada lado.
Onde já se viu?

Atordoam-se com seus olhares trôpegos
E se esquecem dos meus planos!
Concordam, porém, em uma coisa e me ignoram
Completamente...

Os passos, teimosos como eu,
Caminham em direção a ti.


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Domingo


E numa manhã de domingo
Tua alma dança, colorida,
Que nem as fachadas daquelas casas
Na rua perto de onde você morava.

Numa alegre tarde de domingo,
Teu sorriso se abre, múltiplo,
Que nem as portas daquelas casas coloridas
Na ladeira onde a gente corria.

Num terno anoitecer de domingo
Teu abraço me conforta, tranquilo,
Que nem as luzes daquelas casas com várias portas
Na calçada onde a gente se amava.