segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fatalidade?


Você consegue ver por que?
Tudo estava tão firme...
O copo tão seguro
Bebíamos dele o tempo todo

Alguém esbarrou no copo
E ele partiu-se em cacos
Cacos bem brilhantes, é verdade
Esplêndidos, se olhados sob a luz
Mas intocáveis, agora: machucam

Alguém viu quem foi?
Você viu quem foi?
Se gostava tanto do copo,
Por que o deixou na beirada
Daquela estante bamba e velha?

Não precisa arranjar outro copo
Obrigado,
Eu já perdi a sede.


Gabriel Queiroz

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Quebra-Cabeça


Não busque a felicidade
Como flash de câmera fotográfica
Como clarão intenso e repentino
Que se esvai um piscar de olhos

Não busque a tal felicidade
Com uma luneta ou algo do tipo
Procurando objetos colossais
Mas tão distantes e inalcançáveis

Busque a querida felicidade
Com aquela lupa da sua avó
E perceba fatos pequenos e próximos
Dos quais se possa sentir a presença
E carregar consigo a todo lugar

Busque a tão falada felicidade
Como um quebra-cabeça
De infinitas peças
Que enfeitará, pra sempre,
O grande salão da memória,
Posta num lindo quadro.


Gabriel Queiroz